Publication cover

Tarifa não, passe-livre sim!

No dia 14 de dezembro (quinta-feira), o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) anunciou um aumento de 60 centavos no transporte coletivo sobre trilhos da capital e região metropolitana, Metrô e CPTM, elevando a tarifa de R$4,40 para R$5,00.

Essa medida afeta diretamente a vida de milhões de cidadãos paulistas que dependem desses meios de locomoção diariamente para chegar ao trabalho, à escola, ter acesso à lazer ou até mesmo resolver problemas rotineiros, comprometendo nosso direito de ir e vir e impactando significativamente na renda da população, especialmente daqueles que já contam moedas para se locomover nas linhas do metrô e da CPTM, uma vez que hoje o transporte público impacta em 17% a renda das famílias com maior fragilidade econômica em São Paulo.

Atualmente, o sistema de transporte enfrenta inúmeros desafios; como vagões, estações e plataformas superlotadas em horários de pico, descarrilamentos constantes nas linhas da CPTM, condições de trabalho precarizadas e baixos salários para os trabalhadores, além de falhas diárias no sistema. Ao invés de trabalhar em soluções para esses problemas, o governo do Estado opta por um aumento exorbitante na tarifa, na tentativa de forçar um projeto de privatização e desmonte dos nossos serviços públicos essenciais; o que historicamente têm levado a uma precarização ainda maior, como observado nas linhas já privatizadas.

Existem inúmeras formas de captar recursos para subsidiar um fundo do transporte público, que podem permitir não apenas a manutenção e expansão do sistema de transporte sobre trilhos, mas também permitiria que avançássemos no debate sobre o passe livre e na construção de políticas de transporte mais amplas e inclusivas. A adoção de políticas de passe livre em 90 municípios brasileiros e a luta histórica do movimento estudantil por essa pauta demonstra que alternativas viáveis existem e traça um caminho sustentável para a expansão da mobilidade urbana em centros metropolitanos como a grande São Paulo. Essas políticas não apenas facilitam o acesso ao trabalho, ao estudo, à cidade e ao lazer para todos os cidadãos, mas também contribuem para a redução de emissões de poluentes e para a melhora da mobilidade urbana; para nós, debater a eficiência e o livre acesso ao transporte público é debater o próprio direito à cidade negado diariamente aos trabalhadores e estudantes.

Mobilize-se junto ao movimento estudantil na luta contra o aumento da tarifa e pelo direito ao passe livre integral!

Junte-se à luta!